quarta-feira, 26 de novembro de 2008

recriar o futuro

A cada instante, criamos o futuro. Somos hoje o resultado das escolhas que fizemos, individual e coletivamente, ao longo da história. Criamos uma sociedade avançada, complexa e interdependente. Recebemos a herança e o ônus de administrar as conquistas e as imperfeições de um futuro que foi projetado e criado pelos nossos antepassados e que é, hoje, a nossa realidade social, política, cultural, econômica, ambiental, moral e espiritual. Esse legado é um presente. É o nosso presente. Como vamos lidar com essa realidade? Que escolhas faremos hoje – e fazemos escolhas diariamente, tenhamos ou não consciência disso – para levar adiante a aventura da civilização? Qual a nossa relação com a tribo da humanidade, a nação onde nascemos, o grupo social a que pertencemos, a família em que crescemos? Quais nossos apegos aos objetos externos do desejo, tais como o dinheiro, o poder, o sexo? Qual é a imagem que temos de nós mesmos, como indivíduos conscientes e ativos na criação da nossa realidade? Quais as nossas escolhas nos relacionamentos com outros humanos? Como amamos, perdoamos, exercemos a compaixão?  De onde tiramos motivação para reiniciarmos a vida a cada manhã? Qual a lógica de nossas ações, palavras e pensamentos? Quais nossas inquietações com o mundo não-visível? Qual nossa relação com os assuntos da consciência e da espiritualidade? 


Este blog não pretende trazer respostas, mas compartilhar idéias que ajudem a busca individual e coletiva por caminhos que aprimorem nosso conhecimento a respeito dessas inquietações. Parece evidente que todas essas perguntas estão inter-relacionadas. A aldeia global em que vivemos, cada vez mais integrada e conectada, faz com que os problemas do mundo sejam cada vez mais associados e complexos. Questões do meio ambiente, como poluição das cidades, extinção de espécies ou mudança do clima, só para citar alguns exemplos, exigem a busca por respostas de modo abrangente, multidisciplinar, integrado. Por exemplo, não é mais possível dissociar a produção e venda de automóveis, que continua figurando como critério de pujança econômica na comparação entre países, dos efeitos ambientais causados pelo aumento correspondente na  liberação de partículas poluidoras nas ruas das nossas cidades, nem dos efeitos sociais causados pela retenção do trânsito e o conseqüente aumento no tempo diário de deslocamento das pessoas de suas casas ao trabalho e vice-versa. Qualquer questão que se queira analisar hoje requer uma perspectiva integrada, que considere os impactos e reflexos de cada decisão nos aspectos social, pessoal, psicológico,cultural, teleológico, moral e espiritual. 


Tenho a sensação de que precisamos reinventar o futuro, em torno de uma ética integral, holística, coletiva. Essa não é uma tarefa fácil, mas será que temos escolha? 


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