No artigo, o Dr. Bourne apresenta uma lista de perspectivas que ajudam a acompanhar melhor o que está sendo alterado no paradigma da nossa consciência social:
- universo consciente: superação da visão mecanística do mundo, que passa a ser compreendido como um processo criativo, com atributos de auto-organização e intencionalidade, e ao qual nós estamos ligados de maneira integral;
- realidade multidimensional: passamos a reconhecer o real além dos limites do mundo físico, a existência de dimensões sutis que formam a matriz do universo físico que visualizamos;
- interconexão: nossas mentes estão todas reunidas numa consciência coletiva. No nível mais profundo de nossas almas, nós somos todos um.
- complementaridade entre ciência e espiritualidade: ambos levam a uma compreensão do cosmos; a ciência, junto com as humanidades e as artes, aos aspectos subjetivos e simbólicos;
- ética natural: o comportamento ético deriva da consciência interior, e não da moda ou dos padrões culturais;
A emergência desse novo paradigma de consciência afronta radicalmente a visão racional-materialista-consumista com a qual crescemos. A mudança é tão radical quanto a que o Renascimento trouxe à visão de mundo medieval. Retomamos uma imagem do cosmos que excede os limites da ciência objetiva. Essa transformação ensejará o surgimento de novos valores para a sociedade. Tais valores representarão o distanciamento da atual orientação materialista, rumo a uma orientação humanista-espiritual da vida.
Quais serão esses novos valores? Que idéias representam melhor essa transformação? Não creio que se possa facilmente listá-los, nem esperar que alguém os apresente: elas emergirão na medida da evolução da consciência de cada um de nós. O que você acha? Isso é o mais importante.
Referências:
Shifts - at the frontiers of consciousness. Revista trimestral publicada pelo Institute of Noetic Sciences (IONS). Edição nr. 21, dezembro/2008.
2 comentários:
Sem dúvidas, as mudanças estão acontecendo e as sentimos na pele. À medida que o tempo passa, temos essa impressão mais nítida. Quando eu tinha 12 anos, ficava imaginando que o mundo iria acabar no ano dois mil. E eu tinha convicção de que já teria vivido muuuito e que o mundo poderia mesmo já terminar, pois eu teria então TRINTA E DOIS ANOS!!! O mundo mudou, é certo, mas a maneira como o vemos também altera esta percepção.
Angela, obrigado pelo comentário! Acho que o que está em jogo nesse período de mudança acelerada por que passamos é a qualidade das nossas escolhas. Podemos reagir com violência, exclusão e egoísmo, ou podemos optar conscientemente pela solidariedade e união como valores essenciais para carregarmos conosco nessa travessia. É tudo uma questão de perspectiva. Tudo o que desejo é contribuir para que, no fim do túnel, possamos emergir para um mundo melhor, mais humano, civilzado, unido e em paz.
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