sábado, 16 de fevereiro de 2013

No Horizonte, há uma #Rede

Hoje, participei de um evento político.

Sou daqueles que creem que todas as escolhas que fazemos são políticas. Ser político é a nossa natureza.

Mas nunca me havia embrenhado pelos meandros da política stricto sensu, aquela partidária mesmo, em que pessoas com afinidades ideológicas e programáticas se reúnem em agremiações para disputar o exercício do poder na sociedade. Como a maioria das pessoas que conheço, sempre procurei manter-me afastado da política e dos políticos.

Nasci durante o regime militar, quando criança aprendia a não ter opinião. Jovem, já num Brasil redemocratizado, acompanhei os ciclos de desmando e corrupção, um após o outro, e as seguidas crises econômicas e ondas de hiperinflação, tudo resultando numa deterioração geral da credibilidade nas instituições políticas do país. Desencanto total.

Mas sempre me incomodou o fato de que minha renúncia voluntária ao exercício dos direitos políticos significa, na prática, abdicar da responsabilidade de contribuir para construir um país dos meus sonhos: sustentável, ético, honesto, limpo!

A verdade é que quem diz não gostar de política é governado pelos que "gostam". E não pode reclamar. Se eu não fizer nada, meu espaço na vida política será ocupado por alguém. E pode ser que esse alguém não dê a devida atenção que eu daria ao bem coletivo, ao serviço pela comunidade, à conservação da nossa casa comum que é a Mãe-Terra.

Estimo que a crise em que estamos - ambiental, ética, humana e planetária - é também uma oportunidade ímpar para mudar. E não adianta querer mudar os outros nem mudar o mundo, se não começar por mim mesmo. Toda mudança tem início no silêncio da consciência.

Não adianta sonhar, sem por em marcha alguma ação ou palavra que busque tornar esse sonho realidade. Essa reflexão me fez remexer na minha zona de conforto.

Foi isso que me motivou - e me motiva - a lançar um novo olhar sobre a política. E por isso fui hoje a um ato político que lançou as bases para que "sonháticos" como eu possam sair da toca, olhar adiante e ver que há um horizonte para onde podemos rumar. Juntos, e em #rede.

O ato a que me refiro foi a fundação da Rede Sustentabilidade, nova sigla política criada hoje, no evento #RedePróPartido, em Brasília, sob a inspiração de Marina Silva. Falo inspiração e não liderança, porque os que chamam a #rede de "o Partido da Marina" não entenderam nada. A #rede não é da Marina, a Marina é que é da #rede. E o que mais precisamos agora é de inspiração, que nos ajude a construir uma #rede de sonhos, e em mútuo apoio nos permita realizá-los.

Achei um início interessante. Sinceramente, desejo que a #rede consiga dar novo significado à atividade de fazer política. Mas ainda é cedo para avaliar realmente a que veio. Vejo muitas lacunas programáticas e estatutárias para definir, e poucas intenções de ampliar radicalmente o diálogo e o processo decisório interno.

Novos horizontes

Meu post anterior tem dois anos e meio. Minha pausa não foi intencional. Refletindo, vejo como motivo a falta de "horizontes", reais ou virtuais. Ou talvez uma espécie de desencanto "fin-de-siècle", marcado por uma escuridão da alma e das ideias, típica de mudança de ciclo. A longa pausa também pode ter resultado de uma auto-crítica inconsciente sobre o valor marginal, acessório e até dispensável do que posso agregar num blog como este. Ou pela expectativa de que tudo acabaria em 21/dez/2012, sei lá. Enfim, motivos à parte, a boa nova (pelo menos para mim) é que voltei. Atravessei a escuridão e recuperei meus horizontes. E aqui estou para compartilhá-los com quem quiser ler - comentar, please. Aguardem os próximos posts.