segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

mulher guerreira


Conheci a Val em Brasília, quando ela foi visitar o Moroni, antes de ele se mudar para a Nova Zelândia. Ela mantém um blog e fotos no multiply. Recebi este post dela, chamado A Minha Lição de Vida, e achei que devia compartilhá-lo aqui. A vida é dela, mas a lição é para todos nós.  A Val é uma mulher guerreira, que não se curva diante das adversidades da vida. Consegue encontrar coragem e resignação para continuar na luta, com paciência e fé. O texto dela, um pouco longo, é cheio de humanidade e verdade. Insisto que você entre lá e leia até o fim e conheça a história dessa fantástica mulher. 

domingo, 11 de janeiro de 2009

transformação

Você acredita que as mudanças no mundo estão acelerando-se, como se o próprio tempo passasse cada vez mais depressa? Tem essa sensação às vezes? Consegue perceber o que está mudando à sua volta?  

Na edição mais recente da revista Shift (1), há um artigo interessante e muito 
bem escrito, de autoria do psicólogo Edmund J. Bourne, sobre a aceleração das transformações em curso. O Dr. Bourne inicia com a idéia de que nossa civilização está diante de uma encruzilhada: não é viável prosseguirmos com nossas tendências de crescimento econômico e consumo material ilimitados. É como se a humanidade estivesse prestes a deixar a adolescência e dar-se conta de que precisa aprender a zelar pelos recursos do planeta. Pela necessidade de gerirmos a Terra de forma sustentável, a cooperação entre as nações terá de se impor e superará finalmente o conflito. Tais valores e inclinações já são hoje percebidos em cerca de 10 a 20 por cento da população mundial, mas só prevalecerão quando os desafios globais atingirem massa crítica. É por isso que os problemas que vemos hoje, derivados da mudança do clima, dos distúrbios ecológicos, da escassez de recursos (água, comida em algumas partes do globo) e da pobreza estão acelerando-se tanto: em breve, atingirão um ponto tal que irão forçar a necessidade de mudar drasticamente as prioridades de vida na nossa sociedade. 

No artigo, o Dr. Bourne apresenta uma lista de perspectivas que ajudam a acompanhar melhor o que está sendo alterado no paradigma da nossa consciência social: 
  • universo consciente: superação da visão mecanística do mundo, que passa a ser compreendido como um processo criativo, com atributos de auto-organização e intencionalidade, e ao qual nós estamos ligados de maneira integral; 
  • realidade multidimensional: passamos a reconhecer o real além dos limites do mundo físico, a existência de dimensões sutis que formam a matriz do universo físico que visualizamos;
  • interconexão: nossas mentes estão todas reunidas numa consciência coletiva. No nível mais profundo de nossas almas, nós somos todos um. 
  • complementaridade entre ciência e espiritualidade: ambos levam a uma compreensão do cosmos; a ciência, junto com as humanidades e as artes, aos aspectos subjetivos e simbólicos;
  • ética natural: o comportamento ético deriva da consciência interior, e não da moda ou dos padrões culturais;
A emergência desse novo paradigma de consciência afronta radicalmente a visão racional-materialista-consumista com a qual crescemos. A mudança é tão radical quanto a que o Renascimento trouxe à visão de mundo medieval. Retomamos uma imagem do cosmos que excede os limites da ciência objetiva. Essa transformação ensejará o surgimento de novos valores para a sociedade. Tais valores representarão o distanciamento da atual orientação materialista, rumo a uma orientação humanista-espiritual da vida. 

Quais serão esses novos valores? Que idéias representam melhor essa transformação? Não creio que se possa facilmente listá-los, nem esperar que alguém os apresente: elas emergirão na medida da evolução da consciência de cada um de nós. O que você acha? Isso é o mais importante.  

Referências:
Shifts - at the frontiers of consciousness. Revista trimestral publicada pelo Institute of Noetic Sciences (IONS). Edição nr. 21, dezembro/2008. 

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

guerra

A Faixa de Gaza entrou o ano sob bomardeio cerrado das forças israelenses. O conflito escalou-se para uma invasão por terra, ainda em curso. Esta é uma guerra que diz respeito a você, diretamente. Porque quando o mundo, inclusive você, celebrava o dia universal da paz, 2009 começou em guerra. E nada que pudesse evitar a perda de vidas inocentes foi capaz de contê-la. Nem a diplomacia, nem a democracia, nem o diálogo. O sistema internacional mostrou-se inepto: o Conselho de Segurança da ONU não logrou adotar decisão em favor de um cessar-fogo. O governo Bush, em fim de mandato, silenciou, e o presidente entrante não quis se antecipar.

Esse é só mais um movimento no intrincado jogo de xadrez do conflito do Oriente Médio, que não é de hoje. Israel contou com um vácuo de poder para adquirir mais uma posição de força, a partir da qual poderá negociar em melhores condições. É uma tentativa de aniquilar o Hamas, grupo considerado terrorista e portanto indesejado no governo palestino, apesar de ter sido democraticamente eleito em 2006. Há limites, portanto, para a democracia. A vontade popular pode escolher um governante do terror, e daí? Democracia, sim, desde que vença o meu candidato. Ou que o vencedor aceite as minhas condições. Nesse caso, as de Israel. Em troca, vai aceitar retirar-se de Gaza e voltar à situação em que se encontrava na véspera do bombardeio. Mas terá conseguido negociar melhor, com base na força, e terá no mínimo enfraquecido o Hamas. Mesmo que isso custe um milhar de vidas inocentes.

Vendo do outro lado, Israel só quer sobreviver, construir sua nação na terra de seus antepassados. Isso inclui não aceitar um governo vizinho que declare ter como principal objetivo aniquilar do mapa o "povo eleito". Os freqüentes bombardeios a Israel a partir de Gaza, comandados pelo Hamas, a partir de canhões escondidos em áreas densamente habitadas, escolas, asilos e hospitais, indicam provocação. Se sua própria sobrevivência está em jogo, é preciso lutar. Qualquer instinto tribal reagiria assim. Nesta guerra, portanto, não há como dizer com quem está a razão. A razão, aliás, se perdeu lá atrás, junto com o diálogo, a democracia, a diplomacia...

No duomilésimo nono ano da era cristã, é lamentável que a terra em que Cristo viveu esteja em conflito tão desumano, seja testemunha de tanto derramamento de sangue, veja esvair-se qualquer capacidade de entendimento e concórdia entre povos irmãos. Esta é uma guerra fratricida e desesperançosa. Demonstra como estamos longe de viver a paz, a harmonia e o entendimento como valores não-negociáveis, como se fossem leis naturais. Não sei se reagiria diferente, estando na posição de qualquer um dos lados, e você? Por isso, repito que essa guerra diz respeito a você, diretamente. Abençoados estamos, longe dos mísseis e da dor, ou amaldiçoados seremos, condenados a viver num mundo fratricida, onde a força vale mais que o argumento, onde a paz continua sendo um sonho distante.